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Rotas da Liberdade faz um passeio cultural por Dores do Indaiá (MG)
O próximo episódio de Rotas da Liberdade vai mesclar arte, folclore e tradição da cidade de Dores do Indaiá. O programa será exibido pela TV Brasil (afiliada em João Pessoa, TV UFPB, canal aberto 43.1) neste domingo (6), às 18h30.
A 143 km de Belo Horizonte, bem no coração do centro-oeste mineiro, está a centenária cidadezinha de Dores do Indaiá. De lá, o apresentador Samuel Guimarães traz a história da fundação do município, que nasceu com a conhecida rota Picada de Goiás, caminho que levava os tropeiros até o centro-oeste do Brasil. No episódio, Samuel também contará detalhes da tradicional festa de congado da cidade, que completou, em agosto de 2022, 190 anos de existência. "Dores é uma das cidades mineiras onde essa tradição é guardada fortemente, atraindo ternos de cortejo de várias cidades vizinhas. São dezenas de grupos pelas ruas, durante quatro dias de festa. É mágico", comenta o apresentador.
Em conversa com moradores que dançam o congado e ajudam a manter vivas a fé e a tradição, Samuel descobre que a fé e o folclore podem andar juntos. Belas imagens mostram a alegria e o entusiasmo do povo. Em um bate papo com o publicitário e historiador dorense Eduardo Valente, vamos descobrir como tudo começou. "Dores do Indaiá surgiu a partir da Picada de Goiás, que era um caminho que vinha do litoral, até chegar a Goiás, seguindo o rumo leste-oeste ou caminho do Sol nascente. É uma estrada histórica, usada pelos povos originários há milhares de anos. Os casarões bicentenários da cidade contam também boa parte da história do lugar. Dores fazia parte, com outras cidades do entorno, de uma rota de exploração de terras e riquezas. De seis em seis léguas, as tropas paravam para descansar, para abastecer e seguir viagem. Podem notar que nesses pontos surgiram cidades e distritos. Com o movimento da rota crescendo, os fazendeiros começaram a se mudar para próximo das igrejas, para facilitar a vida, e assim as cidades cresceram no entorno dessas igrejas. Aqui em Dores também foi assim", conta Eduardo.
Para além dessa parte histórica, o episódio também foi atrás dos casos do Congado. Por que será que essa festa é tão tradicional em Dores? "O congado é uma manifestação que veio de herança dos povos africanos, representando, diante do amor a Nossa Senhora do Rosário, a fé dos pobres e oprimidos, que não poderiam, na época, entrar nas igrejas. Depois, a festa virou referência nacional e, hoje, Dores é famosa por essa tradição", resume o historiador. A festa do Congado de Dores do Indaiá tem quase dois séculos de existência e, a cada edição, mais pessoas se encontram para dançar e rezar pelas ruas da cidade. Os ternos, que são os grupos reunidos, cada um com uma farda desenhada para o ano, fazem sua dança e têm seu modo específico de tocar os instrumentos musicais, como sanfonas e pandeiros.
Muita cor, muitas fitas e muita alegria simbolizam a animação que se vê nesses quatro dias, em que a cidade reúne crianças, jovens, adultos e idosos para viverem a festa do Congado. A professora Maria José Araújo conta que, desde criança, participa da festa e diz admirar a fé do povo. O "Rotas da Liberdade" traz detalhes da história de criação do tradicional Terno de Moçambique, vestido de branco e representação da cultura africana.
Com informações da TV Brasil