As pessoas estão adoecendo mentalmente em quantidade e ritmo preocupantes em todo o mundo. No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 12 milhões de pessoas sofrem de depressão. O número é equivalente a 5,8% da população, colocando o país em segundo lugar no ranking americano (atrás apenas dos Estados Unidos).

A ansiedade assim como o transtorno obsessivo-compulsivo, problemas de fobia, estresse pós-traumático e ataques de pânico, também apresentam dados alarmantes, afetando quase 20 milhões de brasileiros (cerca de 9,3% da população).

Como forma de enfrentar a problemática, surge o Janeiro Branco, uma Campanha criada no Brasil em 2014, com o objetivo dar destaque à saúde mental, através da conscientização sobre a importância da prevenção do adoecimento mental.

O mês de janeiro não foi escolhido por acaso: a chegada de um novo ano pode gerar ou intensificar os níveis de ansiedade. A cada ano solar, demarcamos a passagem do tempo fazendo valoração do novo. Este ritual funciona como uma espécie de convite para entrar em contato com o mais profundo de nossa subjetividade. Assim, a chegada do Ano Novo oferece-nos uma oportunidade de refletir mais sobre nós mesmos e realinharmos nosso fazer. Mas, pode também, produzir uma angústia paralisante diante de ideais surgidos a partir do confronto entre o que eu sou e aquilo que acredito que deveria ser. A hiper idealização da vida, por vezes, se intensifica ao ponto de tornar-se incompatível com a vida. Não à toa, logo depois das festividades de final de ano, observamos um aumento significativo nos índices de suicídio.

No atual contexto, o Janeiro Branco assume ainda mais relevância. A edição desse ano, que tem como slogan “Todo Cuidado Conta”, alerta para os efeitos da pandemia da COVID-19 na Saúde Mental. Em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2020, ano que eclodiu a pandemia, constatou-se que 86,5% dos participantes sofriam de ansiedade; 45,5% de transtorno de estresse pós-traumático e 16% dos entrevistados de depressão grave.

Reafirmando o compromisso em promover a qualidade de vida e a saúde dos servidores da UFPB (técnico-administrativos e docentes) e comunidade em geral, a PROGEP através da DQVS/CQVSST, abraça mais um ano a Campanha, corroborando com a importância do cuidado com a saúde mental através da prevenção do adoecimento psíquico.

ALGUMAS DICAS IMPORTANTES DE CUIDADO:

•   (Re)estabeleça uma rotina diária;
•   Opte por realizar uma atividade por vez;
•   Invista em hábitos de vida saudável (alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, ciclo de sono em média de 8 horas por noite);
•   Faça atividades como: meditação, relaxamento, respiração consciente e atenção plena (comece com pequenos intervalos de tempo e vá ampliando aos poucos);
•   Exercite a gratidão: todos os dias, anote ao menos 3 acontecimentos que alegraram seu dia ou que foram importantes para você, ou ainda atividades que você conseguiu desenvolver, mesmo com dificuldade. Releia tudo o que escreveu ao final de cada mês para ajudar a consolidar suas memórias afetivas;
•   Evite o uso de álcool e outras drogas;
•  Reduza o consumo de café ou de outras substâncias que contêm cafeína;
•   Selecione bem as fontes de informação sobre a pandemia;
•   Leia livros, assista a filmes, ouça música, pratique um hobby;
•  Invista em relacionamentos interpessoais saudáveis;
•   Interaja mesmo à distância, com amigos e entes queridos, através dos recursos tecnológicos disponíveis;
•   Caso necessário, busque ajuda especializada com psicólogos e/ou psiquiatras. Há profissionais e serviços em saúde mental que disponibilizam atendimento presencial ou à distância.

ONDE PROCURAR AJUDA?

Alguns serviços que compõem a rede de cuidados em saúde mental e estão atendendo no contexto pandêmico¹:

•   Acolhimento em Saúde Mental online – disponibilizados pela PROGEP/UFPB através da DQVS/CQVSST para servidores (técnico-administrativos e docentes) durante o período de pandemia,

destacamos os seguintes atendimentos remotos, seguidos dos respectivos e-mails para agendamento;

- Apoio Serviço Social - dqvs.ssocial@progep.ufpb.br; 

- Apoio Psicológico - dqvs.psicologia@progep.ufpb.br e;

- Apoio Psiquiátrico -  dqvs.psiquiatria@progep.ufpb.br.

•  Centro de Valorização da Vida (CVV) – É um serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e de prevenção ao suicídio. Os atendimentos podem ser pelo telefone 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos mais de 120 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e  e-mail.
•   Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – Dispositivos da rede pública de cuidados em saúde mental, os CAPS se constituem “serviço de porta aberta” e se diferenciam conforme o público-alvo:

- CAPS I, II e III - atende pessoas em sofrimento mental;

- CAPSi - destinado ao público infanto-juvenil com transtornos mentais e/ou em o uso abusivo de álcool e outras drogas;

- CAPSad - voltado à atenção a usuários de álcool e outras drogas.

•   Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM) – Atendimento 24 horas de urgência e emergência psiquiátricas como surtos psicóticos, uso compulsivo ou abstinências de álcool e outras drogas, tentativa de suicídio, ansiedade e depressão agudas.

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¹ Ressaltamos que no contexto da pandemia da COVID-19, os serviços/atendimentos supra mencionados poderão ter seu funcionamento alterado.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Senado. Campanha alerta para a importância de cuidar da saúde mental na pandemia. Por Regina Pinheiro. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2021/01/campanha-alerta-para-a-importancia-de-cuidar-da-saude-mental-na-pandemia. Acesso em: 06/01/2021.

HOMEM, M. L. Revista Unifor. Revista Unifor, Fortaleza, p. 64 - 60, 01 jan. 2020.

Janeiro Branco: um guia sobre o mês da saúde mental e sua promoção. Publicado por redator Sesi, em janeiro 21, 2020, atualizado em maio 13, 2020. Disponível em: https://saudenaempresa.sesirs.org.br/janeiro-branco. Acesso em:10/01/2021.

REVISTA VEJA. Pesquisa mostra que 86% dos brasileiros têm algum transtorno mental: segundo especialistas, problemas de saúde mental costumam ser desencadeados pela pressão no ambiente de trabalho ou por situações afetivas da vida pessoal. Por Letícia Passos Atualizado em 31 jul 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/pesquisa-indica-que-86-dos-brasileiros-tem-algum-transtorno-mental/ Acesso em: 08/01/2021.

João Pessoa/PB, 20/01/2021.

Equipe Psicossocial-DQVST/CQVSST/PROGEP