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Dia mundial de combate a LER/DORT

publicado: 28/02/2019 12h22, última modificação: 28/02/2019 14h02

Nesta quinta-feira (28) é celebrado o dia mundial de combate às Lesões por Esforço Repetitivo ou Distúrbios Osteomusculares – LER/DORT. Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o intuito de alertar a população e chamar a atenção das autoridades a respeito da importância de adotar cuidados e medidas preventivas contra lesões associadas à repetição de movimentos, o Dia Internacional de Prevenção às LER/DORT é celebrado anualmente em 28 de fevereiro.

A sigla LER compreende um conjunto de doenças causadas pela realização de atividades contínuas e repetitivas. DORT, por sua vez, é uma sigla para um conjunto de doenças causadas por movimentos repetitivos durante a execução de um trabalho. Ambos os problemas levam a lesões nas estruturas dos tendões, músculos e ligamentos.

As transformações em curso no mundo do trabalho, decorrentes da introdução de novos modelos organizacionais e de gestão, têm repercussões ainda pouco conhecidas sobre a saúde dos trabalhadores, dentre as quais se destacam LER/DORT. Esse grupo de transtornos apresenta como características comuns aparecimento e evolução de caráter insidioso, origem multifatorial complexa, na qual se entrelaçam inúmeros fatores causais, entre eles exigências mecânicas repetidas por períodos de tempo prolongados, utilização de ferramentas vibratórias, posições forçadas, fatores da organização do trabalho, como, por exemplo, exigências de produtividade, competitividade, programas de incentivo à produção e de qualidade. Essas utilizam estratégias de intensificação do trabalho e de controle excessivo dos trabalhadores, sem levar em conta as características individuais do trabalhador, os traços de personalidade e sua história de vida.

A norma técnica do INSS sobre DORT (Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998) conceitua as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos subagudos e crônicos, e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas.

Os sinais e sintomas de LER/DORT são múltiplos e diversificados, destacando-se:

dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra-resistência;

alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, agulhadas, choques;

dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos, e, mais raramente, sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.

Em algumas situações, a abordagem biomecânica é suficiente para reunir os elementos explicativos do adoecimento. Entretanto, outras situações requerem uma análise mais detalhada do trabalho para que se possa entender o processo de adoecimento e estabelecer o nexo trabalho-doença. É importante lembrar que a avaliação clínica, mesmo nas apresentações anatomicamente específicas de LER/DORT, requer inferência sobre a natureza, grau e causa do dano ou disfunção. Depende também da relação médico/paciente e das habilidades do médico para estabelecer correlações com os sintomas apresentados. Para o diagnóstico do trabalho como fator etiológico na gênese da dor músculoesquelética é importante buscar identificar possíveis interações entre o conjunto de dados recolhidos durante a anamnese e os conhecimentos sobre a situação de trabalho.

Nesse aspecto, uma intervenção multi ou interdisciplinar é fundamental para a gestão de programas de prevenção de LER/DORT. O retorno seguro e o mais precoce possível ao trabalho exige a identificação dos problemas surgidos e a existência de condições favoráveis de negociação entre a equipe de saúde e os setores da empresa envolvidos, para garantir condições adequadas para os trabalhadores doentes. A equipe de saúde deve avaliar cada caso atendido e definir a conduta e/ou plano terapêutico individual correspondente.

A PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que em 2013, mais de 3,5 milhões foram diagnosticados com LER/DORT. Pensando nisso, a Pró - Reitoria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal da Paraíba -PROGEP/UFPB, através da Coordenação de Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho (CQVSST) alerta para a importancia de evitar o aparecimento da LER/DORT, destacando algumas dicas importantes a serem seguidas:

  • Mantenha sempre uma postura apropriada durante o horário de trabalho;

  • Faça alongamentos periodicamente;

  • Faça pausas durante o trabalho;

  • Respeite seus limites biomecânicos;

  • Crie um bom ambiente de trabalho, sempre respeitando os limites de cada indivíduo;

  • Busque um estilo de vida adequado, com uma boa qualidade de sono, boa alimentação, condicionamento físico e manutenção da saúde em geral.