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Convivência familiar no contexto da pandemia da Covid-19

publicado: 24/07/2020 14h23, última modificação: 24/07/2020 14h25

No atual estado de emergência decorrente da pandemia da COVID-19, a determinação do governo e dos organismos sanitários é o distanciamento social como medida de prevenção à disseminação do vírus. Nesse contexto de isolamento em domicílio e, consequente alteração na rotina da família, as relações familiares tendem a se intensificar, favorecendo o aumento de conflitos e até casos de violência doméstica.

Considerando as particularidades e a realidade de cada núcleo familiar, entendemos que o fortalecimento dos laços familiares é elemento crucial para uma convivência saudável. Nesse sentido, a equipe de serviço social da Divisão de Qualidade de Vida e Saúde DQVS/CQVSST da Progep, referenciando-se em órgãos como o Ministério da Saúde, apresenta dicas que podem ajudar na manutenção de um ambiente familiar harmonioso e saudável.

Manter Diálogo (não monólogo) e Boa Comunicação

Antes de se falar em diálogo e uma boa comunicação é importante se destacar a importância de se controlar o tempo do uso de telas (que tem aumentado consideravelmente nesse contexto de pandemia) e se investir na interação social com os membros do núcleo familiar.

No que se refere ao diálogo e a boa comunicação, um fator fundamental é saber o momento de ouvir e o momento de falar, tendo sempre como base o respeito ao outro.

Uma boa comunicação, além de fortalecer os relacionamentos familiares, contribui para um ambiente familiar integrado e mais harmônico.

Realizar atividades que integram o núcleo familiar

O investimento na convivência familiar tem se tornado nos últimos anos cada vez mais raro. O resultado é que as pessoas estão vivendo cada vez mais isoladas e vulneráveis social e psiquicamente. O aumento da permanência em casa nesse período de distanciamento social é bastante favorável para se investir em atividades que integrem os membros do núcleo familiar e de se estabelecer novos hábitos que aproximem seus integrantes.

 Identificar os problemas que estão afetando a família e buscar soluções de forma conjunta

  • Identificar/Reconhecer o problema que está afetando a família, não o ignorando, não “colocando o problema para baixo do tapete”;
  • Conversar sobre o problema, evitando críticas pessoais, assim comoeleger vítimas e culpados e;
  • Buscar solução. Solução que não pode ser imposta, mas pactuada através de um consenso com as partes envolvidas.

 

Compreender, ajudar e, se necessário, perdoar

Entendemos a complexidade do atual contexto pandêmico mediante seus impactos em várias áreas da vida: social, profissional, financeira, emocional, entre outras. Inevitavelmente, isso tem afetado não apenas os sujeitos individualmente, mas a família e seu respectivo relacionamento.

Se quisermos contribuir para a construção de relacionamentos saudáveis e de um ambiente familiar harmonioso e sadio, precisamos ser resilientes e buscar compreender o outro, ajudá-lo e, quando necessário, perdoar.

Por outro lado, salientamos que em situações que envolvam práticas de violência os órgãos competentes deverão ser acionados.

Cuidar e Proteger

Em tempos de pandemia, as estimativas de organismos sanitários apontam que de 1/3 da população tende a apresentar sintomas relacionados à adoecimento mental. Nesse contexto de sensação de insegurança e medo, destacamos a importância do papel da família. A família é o primeiro e o principal suporte socioafetivo do sujeito. A família historicamente tem se constituído em um espaço de cuidado e proteção do sujeito, aonde ele deve se sentir seguro e protegido.

Estabelecer e cooperar com a nova rotina familiar

Mediante a várias e repentinas mudanças que impactaram a vida social, destacamos a abrupta alteração da rotina familiar. Nesse contexto, torna-se imperativo o ajustamento dessa rotina a nova realidade posta. Essa nova rotina deve ser redefinida por seus membros, de modo a priorizar, sobretudo, uma rotina em relação ao sono, à alimentação e às atividades escolares das crianças.

No que se refere às atividades do lar, caso a família julgue necessário, é importante construir uma rotina, distribuindo as tarefas de forma justa, porém considerando as condições de cada integrante, de modo que ninguém se sinta sobrecarregado ou estressado.

Que nesse momento tão desalentador, vivenciado em escala planetária, possamos encontrar o prazer da convivência familiar, cujo ninho é o aconchego e proteção do nosso lar.

 

A família não nasce pronta; constrói-se aos poucos e é o melhor laboratório do amor”.

Luis Fernando Veríssimo

 

 FONTE - Adaptado de:

ESTADO DE MINAS. Convivência Familiar na Quarentena: laços colocados à prova. Por Lilian Monteiro. 05/04/20, às 04:00- Atualizado: 06/04/20, 15:56. Disponível em: http://www.em.com.br.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19. Cartilhas. Brasília: Fio Cruz, 2020