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Educação ambiental
Crianças de Bananeiras e Solânea desvendam a coleta seletiva
Em 2010, foi promulgada a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei orienta como tratar os materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados. Nesse contexto, surgiu no mesmo ano o projeto Educação Ambiental e Letramento, coordenado pela docente Maria do Socorro Lopes Cavalcanti, que na oportunidade já realizava pesquisa sobre a temática.
A ideia do projeto é ensinar a estudantes do ensino fundamental os princípios para realizar coleta seletiva. Para tanto, a equipe produz materiais didáticos utilizando resíduos recicláveis e os utiliza nas intervenções que realiza nas escolas públicas de Bananeiras e Solânea.
Uma das envolvidas no projeto, a bolsista Jessica Ketillyn, afirmou que o projeto é importante para a conscientização da
comunidade. “Com tantos problemas ambientais, acho de extrema importância trabalhar com as crianças para que elas cresçam com uma consciência ambiental”, acrescenta a aluna.
Segundo a Coordenadora, a opção de trabalhar com crianças das turmas do terceiro, quarto e quinto anos no Ensino Fundamental, se deu pela percepção da equipe de que, nessa fase, as crianças são mais sensíveis ao aprendizado e funcionam também como agente multiplicador das práticas de reciclagem.
Peças produzidas com material recolhido pelo projeto - Imagem cedida pela Equipe - 2017 |
A equipe que atua nas escolas é formada por colaboradores das áreas de Letras, Pedagogia, Resíduos Sólidos, Biologia, Química. Ao chegar à escola, é feita uma pesquisa para reconhecer o grau de conhecimento das crianças sobre coleta seletiva e resíduos sólidos.
Em cada escola são realizados cerca de 6 encontros. Nos primeiros encontros a equipe trabalha a conscientização ambiental com os materiais que produz. Na etapa seguinte, as crianças, orientadas pela equipe, produzem seus próprios materiais, posteriormente expostos e utilizados nas escolas. Atualmente, eles estão voltando às escolas por onde passaram, a fim de acompanhar a andamento das ações. “O sonho da gente é ver o meio ambiente preservado através da sensibilidade das crianças”, declarou Maria do Socorro.
É realizada ainda uma atividade de ensino de coleta seletiva, oportunidade em que as crianças levam para a escola objetos que seriam descartados no lixo. Com isso aprendem a reutilizar os objetos para construção de brinquedos.
O projeto também busca conscientizar sobre a importância da coleta seletiva na geração de renda para os catadores. “Além de um trabalho que envolve prevenção de doenças e proteção da natureza, conscientizamos as crianças quanto à importância da coleta e resíduos sólidos na vida de quem sobrevive disso”, contou Maria.
Para concluir o trabalho de conscientização, a equipe convida um catador da região que vai à escola falar de seu trabalho. “Nós trabalhamos com a coleta seletiva solidária, que doa os resíduos sólidos aos catadores, pois entendemos não poder separar as duas coisas”, explicou Maria. Com as ações desse projeto, a UFPB cumpre o papel de fortalecer as políticas públicas federais estabelecidas, neste caso, a política nacional de resíduos sólidos. Para a comunidade, o projeto oferece melhoria na qualidade de vida, através da conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente e a importância da coleta de resíduos sólidos.
* Reportagem de Jaqueline Chaves e Joanderson Almeida - Bolsistas PRAC (2017) |
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