Notícias
Arte e cultura Catarina
Arte e cultura Catarina inclusão social no forte
Inclusão social de crianças e adolescentes, pelas vias da arte e da educação, é a base do Catarina, como é carinhosamente chamado por seus colaboradores e participantes o Projeto Arte e Cultura Catarina. Coordenado pela produtora cultural Clara Magna, o Projeto surgiu em 1992 com a finalidade de proporcionar aos jovens de Cabedelo/PB oficinas, apresentações e cursos de arte e cultura nas dependências do Forte de Santa Catarina.
Atualmente o projeto é desenvolvido com a colaboração de dois discentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na condição de bolsistas dos Editais PROBEX e UFPB no seu Município, no entanto, a equipe que realiza as atividades conta com muitos voluntários, alguns deles ex-alunos do projeto.
Na história desse projeto muitos desafios já foram superados. Clara Magna contou que um de seus maiores contratempos foi quando da ocupação do Forte por desabrigados. A situação foi resolvida quando a prefeitura de Cabedelo informou que iria construir casas para abrigar as pessoas que estavam ocupando a Fortaleza.
Clara disse que usou aquele momento para fazer um acordo com a comunidade: “Quando tudo se acalmou fiz um acordo com a comunidade, eles deveriam assumir a Fortaleza em relação à manutenção e à limpeza”. A Universidade também se responsabilizou por realizar oficinas de Arte Visual, Cerâmica, Materiais Recicláveis e Guia Turístico, além de danças populares como Lapinha e Coco de roda.
Exposição de peças produzidas no projeto - 2017 |
Um grande esforço da coordenação é no sentido de que os participantes, entre 07 e 18 anos, estejam matriculados e frequentando a escola regular ou cursos preparatórios para o ENEM. Mas essa exigência é difícil de ser atingida. “A gente lida com jovens que passam por muitas dificuldades em casa, temos que acompanhar o tempo todo. Quando eles param de frequentar a escola vamos até às casas e conversamos até mudarem de ideia”, contou Clara.
O projeto Catarina tem a colaboração da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), crianças de cidades circunvizinhas que se interessam pelo projeto não pagam quando estão viajando para Cabedelo. Outra parceria importante é com o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HU-UFPB), onde a equipe do Projeto Catarina desenvolve oficinas de produção artesanal na ala infantil, que envolvem mães e crianças.
Maria José, que hoje é bolsista do Projeto Catarina e foi, há dez anos, participante, falou do sentimento de contribuir com a inclusão das crianças: “Tenho um orgulho imenso, porque eu moro na comunidade. Eu nasci e me criei lá, e muitas vezes eu fui excluída de atividades, porque eu não tinha condição financeira. Poder participar disso com os meus alunos é muito gratificante”.
O Projeto Arte e Cultura Catarina em seus 16 anos de existência coleciona grandes êxitos. Algumas pessoas que participaram do projeto já estão concluindo o ensino superior. Outros utilizam o conhecimento que aprenderam nas oficinas de materiais recicláveis para gerar fonte de renda, como lojas de artesanato na praia do Jacaré-PB, além do imensurável ganho para a cultura, sobretudo para as danças populares que se mantêm vivas quando praticadas pelas crianças da comunidade.