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Cariri sustentável

Mulheres aprendem jeito alternativo de usar a floresta
publicado: 28/03/2018 18h56, última modificação: 24/04/2018 11h47

O projeto ‘Capacitação técnica às mulheres camponesas para utilização de produtos florestais não madeireiros, coordenado pela professora Izabela Rangel, do Departamento de Agricultura do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), é um projeto de extensão que busca colaborar com a preservação da caatinga, utilizando produtos material para a subsistência e o fortalecimento da economia local.

A ação acontece com as mulheres do assentamento rural Novo Horizonte, situado na zona rural de Várzea, PB. Elas recebem instruções quanto à colheita, aproveitamento e beneficiamento de bens florestais. Izabela é engenheira florestal, e com o projeto, busca propor alternativas sustentáveis de convívio com a Caatinga. “Sempre que se pensa em produto florestal, vem à mente a madeira (...) para gerar renda. A gente vem com essa proposta de não ser a madeira. Explorar outros produtos florestais que, muitas vezes, passam despercebidos, como sementes, frutos, cascos, folhas e flores”, revela a Coordenadora. 

As mulheres são o principal alvo da ação porque demonstraram interesse em trabalhar obtendo produtos florestais, assim como criar artefatos, como bijuterias, objetos de utensílio doméstico, produtos de uso medicinal. No entanto, é possível que, futuramente, a ação envolva também os homens do assentamento, principalmente no aproveitamento da palha da carnaúba.

Brincos feitos com sementes

O projeto trabalha com a ideia de utilização de produtos florestais alternativos, pois esses podem gerar maior rendimento, ao assentamento, a longo prazo. Desmatar para extrair madeira é investir numa estratégia pouco sustentável, pois os recursos não se renovam no mesmo ritmo que aumentam as necessidades da comunidade.

Izabela ressalta que uma forma de atrair a população é propor usos que estejam dentro da cultura da comunidade, como por exemplo utilizar sementes para produzir utensílios domésticos que a comunidade utiliza. “Esperamos que as mulheres possam ter uma nova percepção de aproveitamento de sua região, adotando a prática como uma terapia ocupacional e como elemento de sociabilidade, cultura e cidadania”, explica a coordenadora.  

A estudante de Agroecologia da UFPB, Maria da Guia Silva, bolsista do projeto, conta que fica encantada com a interação que a extensão proporciona. Ela diz que a parte social e cultural do projeto contribui bastante para o sucesso das produções. “Às vezes a gente chega a aprender mais com elas do que elas com a gente”, acrescenta. Aline Dantas é voluntária do projeto e reitera que, como discentes, elas têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos das disciplinas do curso e compartilhar os aprendizados. 

Ao oferecer uma alternativa para o manejo florestal da caatinga, a Extensão Universitária proporciona às mulheres da zona rural de Várzea, PB, novas possibilidades de convivência com a própria região, abrindo assim espaço para que a comunidade se transforme.


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