O gol da robótica

 Robótica e futebol na UFPB

O Brasil tem como uma das maiores paixões nacionais o futebol. Inspirado por essa paixão, o Departamento de Engenharia Elétrica da UFPB criou o projeto UFPBOTS, que alia esse sentimento à robótica e tem como objetivo principal a fabricação de um time de futebol de robôs para a participação em competições, além da divulgação do trabalho que é feito pela equipe. 

O projeto existe desde 2016, mas teve início formalmente neste ano (2017). É desenvolvido pelo Grupo de Robótica do Departamento de Engenharia Elétrica (GRDEE), que tem por objetivo desenvolver pesquisas nas áreas de robótica, visão computacional, inteligência artificial, sistemas de controle e mecatrônica e faz parte da Assessoria de Extensão do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR). O projeto é realizado por oito professores e tem a atuação de cinco alunos de graduação. Ele é financiado pelo Programa de Bolsas de Extensão (PROBEX).

No momento, a equipe do UFPBOTS está trabalhando na programação de um time composto de três robôs de até 7,5×7,5×7,5cm, que são o goleiro, um zagueiro e um atacante. Essas especificações estão dentro das regras da IEEE VERY SMALL SIZE SOCCER, uma competição de futebol de robôs autônomos que ocorre todos anos no Brasil desde 2006, organizada pela Competição Latino Americana e Brasileira de Robótica. A equipe paraibana tem como objetivo participar da edição de 2018 do evento.

Neste tipo de competição, os robôs são controlados por um computador, mas sem intervenção humana. Todos os comandos são desenvolvidos anteriormente e na hora do jogo o computador processa a imagem através de uma câmara de vídeo colocada acima do campo, e assim conduz os robôs.

Para o professor e colaborador do projeto, José Maurício Ramos, é uma forma interessante de fazer com que os alunos se interessem por essa área: “O Brasil vive de futebol, a gente tem isso no sangue, é uma coisa muita atrativa. Nada melhor do que você utilizar esse tipo de esporte para atrair alunos para a área de tecnologia”.

Este ano (2017), a equipe está buscando participar em eventos para ter mais visibilidade no cenário da robótica, o grupo se organizou para se apresentar no evento de exposição científica EXPOTEC 2017, realizada em agosto.

Também pretendem organizar um amistoso entre outras equipes que existem no Nordeste: “Atualmente no Nordeste existem quatro equipes dessa categoria, no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e a nossa na Paraíba. Então vamos tentar organizar um amistoso com as equipes de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, que são equipes que já estão bem estabelecidas nesse campo” diz José Maurício. Sobre a equipe do Rio Grande do Norte, ele diz: “A UFRN ganhou as competições de 2007, 2008, 2009 e 2013. A competição existe desde 2006, dos 10 anos que a competição acontece, 4 foram vencidas por ela na etapa nacional. O pessoal já tem um conhecimento elevado nessa área e nós queremos tomar vantagem nisso e consolidar nossa equipe também”. 

Para o desenvolvimento de equipes como a da UFPBOTS, há uma intensa contribuição matemática envolvida. O grupo já encontrou teses de doutorado e dissertações de mestrado que abrangem só essa parte de controle de equipes de futebol de robôs. Dentro desse contexto, é importante que os alunos entendam bem o funcionamento desse tipo de plataforma, para obter bons resultados nas competições que almejam participar. 

“A priori estamos buscando levar os principais avanços para expor, para que o pessoal tenha noção da equipe e tendo isso bem fechado, começaremos a investir na parte da competição”. Contou o professor José Maurício. 

Outro evento importante que o grupo irá participar é a IV Feira de Engenharia Elétrica, onde os discentes do curso trabalham como tutores de alunos do ensino médio, que chegam com ideias e são orientados por eles para apresentar seus projetos ao público. A feira acontece a cada dois anos. Neste ano, ela ocorrerá nos dias 20, 21 e 22 de outubro, na Estação Cabo Branco.

A intenção do UFPBOTS é que nessas exposições o público também interaja com os robôs, seja controlando-os através do celular ou manualmente. A finalidade é despertar interesse nos estudantes pela área de engenharia, mostrando as vertentes práticas que ela abraça.