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Extensão discute sobre destinação de resíduos eletrônicos
publicado: 14/08/2020 14h30, última modificação: 14/08/2020 14h30

Extensão discute sobre destinação de resíduos eletrônicos

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico na América Latina e o sétimo maior poluidor no mundo. Mais de 1,5mil toneladas de computadores, televisores e celulares são descartados anualmente no território brasileiro. Com o objetivo de mudar esse cenário e sensibilizar a população sobre o descarte correto dos eletroeletrônicos, o projeto Tratamento de Resíduos Eletroeletrônicos (TREE) atua há quatro anos na UFPB.

O projeto de extensão TREE é uma iniciativa do docente Ademar Virgolino, do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da UFPB. Após a mudança para a cidade de João Pessoa, o professor teve dificuldade em encontrar um espaço de destinação correta dos resíduos eletrônicos. “A maioria das pessoas não sabia da existência de locais corretos para o descarte ou simplesmente desconhecia completamente a temática, isto na época me deixou preocupado, pois se torna um problema para toda a população”, conta.

Desse modo, surgiu uma das primeiras atividades do projeto de extensão TREE, que consiste na realização de atividades e oficinas educativas sobre a importância do descarte correto de eletroeletrônicos. Nessas ações, realizadas em escolas públicas de João Pessoa, os extensionistas são responsáveis por ministrar palestras para estudantes do Ensino Médio e fazer esclarecimentos sobre a temática ambiental.

Vídeo educativo do projeto TREE sobre logística reversa_Vídeo disponível no Instagram do projetoUma importante lição trabalhada pelo projeto consiste no entendimento da “logística reversa”, na qual os resíduos sólidos voltam ao setor empresarial e são revertidos em novos produtos ou têm uma destinação adequada. Além disso, os estudantes aprendem sobre o descarte consciente de máquinas, aparelhos domésticos e eletrônicos. Com esses ensinamentos, são capazes de repassar o conhecimento para amigos e familiares.

Conteúdos para as plataformas digitais

Em razão da pandemia de Covid-19, as atividades presenciais foram suspensas e o projeto adaptou seus conteúdos para as redes sociais. A extensão tem publicado conteúdos educativos com o intuito de sensibilizar sobre a necessidade dar o destino correto aos resíduos eletrônicos.

Para continuar atendendo as escolas, o projeto TREE produz  e publica canal do YouTube materiais educativos que podem ser usados por professores que estão ministrando aulas virtuais.“Elaboramos um questionário que os alunos preenchem e depois têm acesso às respostas. O professor também recebe um rendimento dos alunos. Além disso, temos procurando outros professores parceiros e estamos sempre abertos a sugestões de material a ser produzido”, explica o coordenador Ademar Virgolino.

Uma dessas professoras é Denize Cantalice, da Escola Sesquicentenário, em João Pessoa. Durante as aulas remotas, a professora tem utilizado os materiais do projeto TREE com os seus alunos de Ensino Médio: “O lixo já é assunto do currículo, sendo assim [o conteúdo do TREE] complementa o que já vem sendo orientado pela disciplina”. Ela destaca também o retorno positivo dado pelos alunos com o uso de um novo recurso didático on-line.

Palestra Tratamento de Resíduos Eletroeletrônicos na escola Sesquicentenário em João Pessoa, 2019 – Imagem disponível no Instagram do projeto TREE

Palestra Tratamento de Resíduos Eletroeletrônicos na escola Sesquicentenário em João Pessoa, 2019 – Imagem disponível no instagram do projeto TREE

O conteúdo utilizado na escola é produzido pelos extensionistas do TREE. A equipe é composta por seis voluntários e uma bolsista que mantêm contato através de reuniões on-line. “A gente busca elaborar vídeos mais didáticos, como através de uma animação que explica termos de maneira simples. A ideia desses vídeos surge muito nas conversas entre os membros da equipe”, conta Mariana Marques, estudante do curso de Engenharia Elétrica e bolsista do projeto.

Mariana também destaca como o projeto tem sido benéfico para os extensionistas, que amadurecem na consciência ambiental e desenvolvem novas habilidades ao produzir os conteúdos educativos. “Até mesmo na minha casa, venho ensinando e aprendendo junto com meus pais maneiras de reutilizar, seja descartando equipamentos eletrônicos corretamente ou descobrindo uma nova função para aquele bem”, aponta a bolsista.

José Maurício Ramos, docente do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPB e colaborador do Projeto TREE, defende a iniciativa do diálogo ambiental, já que os equipamentos eletroeletrônicos tendem a ter um ciclo de vida curto e muitos descartes são feitos de maneira danosa ao meio ambiente. “Ter um projeto de extensão que ajude no processo de conscientização para o descarte inteligente de resíduos eletroeletrônicos é algo extremamente positivo”, ressalta.

Através de projetos como o TREE, a UFPB tem proporcionado respeito ao meio ambiente e a consciência ambiental da comunidade. “A cada pessoa que alcançamos, ela pode propagar na sua rede de amigos e familiares. E saber que conseguimos mudar a mentalidade de alguém sobre esse descarte, já diria que o projeto estaria alcançando o seu objetivo”, conclui Virgolino.

Reportagem de  Ana Lívia Macedo da Costa (Bolsista PROEX 2020), editada por Comunicação PROEX