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Isolamento social e a terceira idade
Atividades para pessoas idosas no período das medidas de distanciamento social
Manter os familiares da terceira idade entretidos com atividades nesse momento de isolamento social está sendo um desafio. São pessoas que geralmente não possuem intimidade com ferramentas digitas e, com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de ficar em casa como prevenção ao novo Coronavírus, as atividades antes realizadas presencialmente foram canceladas.
Pensando em oferecer atividades para pessoas idosas nesse período, Júnior Ribeiro, estudante de Ciências da Computação e ex-bolsista do Núcleo Integrado de Estudos para a Terceira Idade (NIETI) da UFPB, dá algumas dicas de como usar o tempo de quarentena da melhor forma.
Pessoas que não têm familiaridade com computadores e smartphones podem, segundo sugestão do discente, apostar na criatividade para ocupar o tempo. “Dá para criar jogos com o que tem em casa (como bingos) e inventar novas regras.”
Quem já utiliza aplicativos tem outras opções. Júnior Ribeiro explica que existem bons aplicativos para treinar o cérebro, como o Duolingo que ensina vários idiomas. Tem ainda o Caça Palavras e o Treino Cerebral, que oferecem exercícios para manter a mente ativa. Outra alternativa é acompanhar os artistas preferidos, assistir palestras pela plataforma do Youtube, onde existe uma gama enorme de vídeos.
Há também os cursos online de diferentes temáticas. Júnior decidiu usar a experiência que teve como extensionista na UFPB para dar aulas de informática virtualmente para pessoas da terceira idade.
Segundo Fátima Ferreira Miranda de 64 anos, aluna de uma das duas turmas de Júnior Ribeiro, o curso está contribuindo positivamente “Está nos ajudando a exercitar a mente, a nos aproximar da família e dos amigos, a se manter informada sobre o que está acontecendo no mundo. É muito gratificante saber que ainda sou capaz de aprender.¨
Para Ana Marí, de 70 anos, o curso proporciona ambiente de troca que dá ânimo aos alunos. “A classe ainda melhora a solidão do isolamento social, por permitir o contato virtual com outras pessoas. Me reúno com o professor Júnior, que gosto muito, e outro colegas nas aulas por vídeo conferência. O curso está me ajudando a viver melhor.” Conta Ana Marí, de 70 anos.
Já o psicólogo Francisco Fabrício, vice-presidente do Conselho Municipal do Idoso de João Pessoa e também docente do curso para cuidadores de idosos no NIETI, recomenda atividades coletivas no ambiente familiar. “Rever fotos antigas com a família, falar sobre sua vida, contar como foi sua adolescência, ler um livro, buscar atividades junto a família dentro de casa que estimule o corpo, jogar baralho, damas, dominó (...).”
Embora a presença familiar não seja uma realidade para todas as pessoas idosas, lembramos que, quando possível, é recomendável a participação de familiares nas atividades amplia os benefícios, uma vez que o convívio pode trazer outros estímulos.
Assim, quem mora com pessoas idosas pode sim colaborar para deixar os dias mais interessantes. Usar aplicativos, jogos de tabuleiro, música (...) são apenas algumas possibilidades.
Com ou sem tecnologia, estar com alguém querido é um alento nesse período de tantas dificuldades.
Por Michelly Santos - Bolsista da PROEX (2020)