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Música na extensão

Projetos promovem ensino musical para todas as idades nas extensões da UFPB
publicado: 03/12/2020 17h30, última modificação: 04/05/2021 17h41
Exibir carrossel de imagens Estudante participando de apresentação do projeto "Musicalização Infantil através do violino e viola". Imagem disponível no SIGAA.

Estudante participando de apresentação do projeto "Musicalização Infantil através do violino e viola". Imagem disponível no SIGAA.

Ensino musical para todas as idades nas extensões da UFPB

A musicalização é o processo de construção do conhecimento musical que desperta o gosto pela música e estimula aspectos saudáveis nas pessoas. Ela pode ser direcionada para públicos de todas as idades, trazendo benefícios diferentes para cada geração, mas sempre produzindo o efeito de sensibilizar para a arte.

Segundo a professora Marta Sanchis, coordenadora do projeto de Musicalização Infantil, a educação musical é necessária para que as pessoas possam escolher o que querem consumir e ir além do que é apresentado nas mídias.“A partir da educação musical e da educação artística, você conhece outras formas de expressões e você pode escolher aquela que mais se identifica e que expressa aquilo que você acredita”, explica a professora.

Anualmente, a extensão da UFPB oferece cerca de 50 cursos de iniciação musical e promove ainda outras atividades para oferecer à comunidade acesso aos benefícios gerados pela música. Abaixo destacamos algumas das atividades realizadas em 2020.

Musicalização para crianças

Foi nas aulas de Musicalização Infantil que Ana Júlia, de 10 anos, aprendeu a tocar viola com a professora e coordenadora do projeto, Ariana Perazzo. A mãe de Ana Júlia, Juberlita Fernandes, sempre quis que a estudante participasse de alguma atividade artística, mas não sabia por onde começar. Através da indicação de um amigo, ela decidiu buscar uma vaga para a filha, na época com sete anos, nos projetos de música da extensão. 

Para Ana Júlia, os melhores momentos são as brincadeiras, o relaxamento que a professora proporciona durante as aulas e  também as apresentações no fim dos semestres. O pai da estudante, Eraldo Junior, conta que sente muito orgulho, chega a ficar emocionado ao ver a filha desenvolvendo essa atividade e se apresentando com os profissionais da Universidade, os músicos, cantores e a orquestra.Apresentação Ana Júlia, do projeto Musicalização infantil através do Violino e Viola

“Há um tempo atrás, Júlia não sabia nem o que era uma viola e hoje eu tenho a oportunidade de ver a minha filha em um palco, fazendo uma apresentação em um teatro para 500 pessoas, talvez até mais. Eu me sinto super orgulhoso em ver a evolução dela”, explica Eraldo.

O projeto recebe crianças entre 6 e 10 anos de idade e tem como principal objetivo o desenvolvimento de habilidades musicais, individuais e sociais.

Na Musicalização Infantil da UFPB tem espaço também para crianças na faixa entre seis meses e seis anos de idade. Sob a coordenação da professora Marta Sanchis, no Centro Estadual de Arte (CEARTE), o projeto oferece, de forma lúdica, os primeiros contatos com instrumentos, ritmos e demais elementos musicais.

A professora explica que o ensino musical influi positivamente  na vida das crianças. “Há benefícios em proporcionar para crianças esse contato mais cedo com a música, existem muitas pesquisas na neurociência que mostram que a música trabalha distintos sistemas do cérebro e inteligências, devido ao qual podemos afirmar que a educação musical na primeira infância estimula o neurodesenvolvimento das crianças e, além disso, também a inteligência emocional, as relações afetivas, porque elas são importantíssimas para o desenvolvimento cognitivo”, explica Marta Sanchis.

Apresentação da turma Iniciante I na Sala Radegundes Feitosa, em 2018_Imagem disponível no SIGAA

Na extensão, os educadores trabalham as relações através da música e por isso, a participação de um parente tem papel importantíssimo. As aulas são realizadas na companhia de um responsável para crianças de até três anos de idade, produzindo assim, uma integração da família com o projeto. Segundo a coordenadora, eles acabam oferecendo também uma musicalização para os acompanhantes das crianças.

O projeto é vinculado ao Laboratório de Ensino Musical Infantil (LEMI), que produziu um curta-metragem no ano passado sobre o projeto. No curta, disponível no Youtube, vários parentes contam como o projeto impactou a vida dos seus filhos. Há relatos de parentes que explicam como as crianças que estão no espectro autista desenvolveram suas habilidades de socialização a partir da iniciativa, além de depoimentos de outros responsáveis que adoram os momentos de interação com os filhos e enxergam uma maneira de firmar uma conexão mais forte com eles.

Atualmente, o projeto foi descentralizado e funciona em diferentes polos pela capital. Eles estão distribuídos pela Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN) e o Centro Estadual de Arte (CEARTE). Marta Sanchis explica que apenas no CEARTE eles possuem aproximadamente 250 crianças matriculadas. 

Musicalização para adultos

O projeto “Musicalização para adultos e pessoas da terceira idade através da flauta doce” é oferecido para um público com idade a partir dos 18 anos e coordenado por Luceni Caetano. Ela é coordenadora do programa de cursos de extensão no Departamento de Música e observou que parte dos adultos que procuram a extensão ficava desapontada por não encontrar turmas para participar das atividades e resolveu investir em aulas que propiciassem o aprendizado da flauta doce e teoria musical de forma leve, alegre e prazerosa.Aulas da mucalização_ Imagem cedida pela equipe do projeto

Luceni explica que a musicalização tem inúmeros benefícios para os adultos, oferecendo uma melhoria da qualidade de vida, pois estimula o cérebro, as articulações, os membros e a coordenação motora. Aulas da mucalização_ Imagem cedida pela equipe do projeto

“Isso tem contribuído muito para a saúde mental e de certa forma, para saúde física. Com os movimentos que tocar um instrumento exigem, desde os exercícios de relaxamento, postura e respiração, até o manuseio do instrumento”, explica a professora.

O projeto está no segundo ano e durante a Aulas da mucalização_ Imagem cedida pela equipe do projetopandemia está funcionando de forma remota. Apesar das dificuldades iniciais, o projeto rompeu barreiras estaduais e regionais. Atualmente, além de pessoas da grande João Pessoa, há também pessoas de cidades do interior paraibano, cidades da fronteira entre Pernambuco e Paraíba, de São Paulo e da Bahia. O projeto virou um momento de encontro entre as pessoas que estavam em isolamento social, além de dar a possibilidade para pessoas que nunca conseguiram participar de uma musicalização.

“Eu fiquei muito feliz porque a gente está atendendo a várias pessoas que dizem esperar a semana toda para participar dessa aula, por que nesse momento de isolamento. Tanto os adultos como a terceira idade estavam se sentindo muito sozinhos e essa era a única forma de interagir e ter convívio com outras pessoas”, relata Luceni.

Além disso, a extensão é uma oportunidade para conectar os estudantes com a prática do ensino da música, como explica a extensionista do projeto e aluna do bacharelado em Música, Elayne Marques: “O projeto tem proporcionado uma ótima experiência em todos os sentidos para mim, que é a primeira vez que tenho contato com o ensino em aulas coletivas. Isso vai somar muito na minha bagagem de vida, porque trabalhar com pessoas e música é um misto de aprendizado pessoal, profissional, social e acadêmico na prática.”

Matéria disponível no Instagram

 

 

►Matéria publicada pela REDE B TV sobre o projeto

►Instagram do projeto @musflautadoce

Para futuros acadêmicos ou curiosos

O projeto Música Clássica para Leigos oferece um curso básico de leitura musical e do solfejo (falado, cantado e rítmico). A iniciativa tem como principal objetivo impactar nos resultados do Processo Seletivo de Conhecimento Específico, o vestibular para o curso de música da UFPB. O coordenador do projeto, Geraldo Rocha, explica que apesar de ter em média 120 candidatos procurando pelos cursos superiores, sempre sobram vagas e que um dos motivos da desclassificação dos candidatos é a dificuldade com conhecimentos básicos da teoria musical.

O projeto além de facilitar o ingresso de estudantes nos cursos de graduação em Música, promovendo o ensino da teoria musical, o projeto abre espaço para o primeiro contato com o Departamento de Música da Universidade, criando a oportunidade do estudante experimentar para decidir se vai querer estudar e seguir carreira profissional. 

Mesmo pessoas sem interesse em cursar a graduação em música podem participar para conhecer melhor o universo da música clássica, o requisito básico é apenas ser alfabetizado. Na Pandemia, o projeto está funcionando de forma remota e apenas esse ano, o projeto já atendeu 102 alunos. As aulas são ministradas por estudantes do bacharelados e da licenciatura em música, oferecendo também experiência para os estudantes envolvidos.

 

Reportagem de Grace Vasconcelos (Bolsista PROEX 2020), editada por Comunicação PROEX