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Educa Serpentes
Extensão promove conhecimento por meio da educação ambiental
Só em agosto de 2020, na Paraíba, foram recolhidas 89 serpentes pela Polícia Ambiental, espécie Jibóia (Boa constrictor) a mais resgatada no Estado. Apesar de em zonas urbanas a população imaginar que não é tão comum essa situação, os municípios com o maior número de resgates são João Pessoa, Conde, Bayeux e Santa Rita.
Para disseminar informações sobre a importância da preservação dos animais, foi criado em 2019 o projeto de extensão Educa Serpentes. A ação, vinculada ao Núcleo de Ecologia de Serpentes do Campus IV, é coordenada Frederico Gustavo, que desde o início de seu trabalho na UFPB, em 2009, já na desejava trabalhar com serpentes para mudar o estereótipo que a sociedade tem desses animais.
"Começamos a pensar em ações práticas para mudar o pensamento que a grande maioria das pessoas tem em relação às serpentes - que são bichos pouco carismáticos, perigosos, venenosos, que só fazem mal. As serpentes são organismos essenciais para a manutenção saudável do meio ambiente". O docente explicou que as serpentes estão em uma posição crucial nas teias alimentares e regulam, por exemplo, populações de espécies que são mais nocivas ao ser humano, como os roedores.
Antes da pandemia, esse trabalho de educação ambiental era realizado nas escolas dos municípios do Vale do Mamanguape, em feiras de Ciências e outros eventos no CCAE. Em oficinas, a equipe do projeto disseminava informações sobre espécies de serpentes comuns no estado e sua importância biológica. O projeto orientava ainda sobre o procedimento adequado para lidar com os animais encontrados, que consiste em acionar a polícia ambiental e tomar medidas para manter uma distância segura dos animais.
Agora, com o distanciamento social, todo o trabalho do projeto é voltado para as redes sociais da extensão. Duas vezes na semana é publicado o "Conhecendo as serpentes da Paraíba", com exemplos de animais que vivem no estado. A cada 15 dias também é realizada uma live com pesquisadores de serpentes no país.
Nos relatos nas redes sociais, é possível constatar a atuação do projeto. Em vários depoimentos, seguidores afirmam que, depois de conhecer o projeto de extensão e entender a importância destes animais para os ecossistemas, passaram a controlar a situação para preservar os animais encontrados, evitando assim que cobras fossem mortas.
O conteúdo que é publicado nas redes sociais é elaborado pela equipe do projeto, composta por dois docentes do Departamento de Engenharia e Meio Ambiente, estudantes de Ecologia e do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental do Campus IV da UFPB.
Alerandro Soares, o bolsista do projeto, é natural do município de Mamanguape e estudante de Ecologia do 6° período. Quando ingressou na extensão, ele tinha dificuldades para se expressar e trabalhar em grupo. Foi na extensão que o aluno viu a possibilidade de dialogar com diversas pessoas e a experiência no projeto está sendo tão importante para Alerandro que a educação ambiental com serpentes virou seu objeto de estudo do TCC, que deve ser apresentado em 2021. "Toda essa vivência me fez crescer como profissional, educador ambiental e herpetólogo [profissional que estuda répteis e anfíbios]”.
Atualmente, o estudante, junto com os demais membros da ação, está trabalhando no desenvolvimento de elementos para os próximos - e ainda sem data - encontros presenciais, como jogos e fantoches. Para acompanhar o trabalho do projeto, é possível acessar o perfil da ação no Instagram https://instagram.com/educa.serpentes?igshid=18xw971636bip
Reportagem de Larissa Maia (Bolsista PROEX 2020), editada por Comunicação PROEX.