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Projeto Canguru

Dançar para interagir
publicado: 25/07/2018 15h30, última modificação: 19/09/2018 13h41

Dançar para interagir

A infância é o primeiro período da vida e é nela que acontecem os primeiros processos de aprendizagem. Os progressos dos aspectos físicos e intelectuais do bebê são individuais, porém, existem métodos que estimulam esse desenvolvimento, como é o exemplo da dança, que ajuda as crianças a conhecerem as expressões corporais. 

A dança para crianças, quando trabalhada em conjunto com os acompanhantes, ajuda na coordenação motora, no estímulo cerebral e na saúde no geral. Além disso, ela traz benefícios para a inserção social do bebê, pois é uma forma de expressão propícia à exploração dos sentimentos, que atinge diretamente a relação entre familiares. 

Para proporcionar essa experiência tão interessante, o projeto de extensão "Dança para bebês - Projeto Canguru, movimentando pais e filhos", do Departamento de Artes Cênicas (DAC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), resolveu unir a dança e o teatro como forma de criar um espaço com atividades lúdicas para bebês e familiares, que são pessoas fundamentais para a evolução dos pequenos. Segundo Juliana Costa Ribeiro, coordenadora do projeto, um dos maiores benefícios da ação é ensinar o adulto a brincar, a entrar no universo da criança.

Quando se fala em dança para bebês, vem à mente passos e coreografias adaptados para os pequenos.  No entanto, para esse público, as danças são espontâneas, dando a liberdade para a criança identificar e criar seus próprios movimentos.  

Durante as aulas, um dos objetivos é promover a participação dos bebês e dos acompanhantes de forma integrada. A metodologia utilizada pelo projeto incentiva a participação e a interação entre os familiares e as crianças, ao permitir a criação de vínculos e socialização desde muito cedo. “Eu sempre tinha como objetivo mover o adulto e a criança de uma forma que não se tornasse um movimento desconexo", declarou a coordenadora.

Já Maria Dolores é mãe de Ierê, uma das crianças participantes do projeto afirma que um dos maiores benefícios é a interação com outras crianças. “É legal porque tem essa oportunidade de ter essas vivências. Um local de relaxar, curtir, dançar e entrar na onda dos bebês também”, explicou Dolores.

Os encontros da extensão duram em média 50 minutos e são realizados no Centro de Comunicação Turismo e Artes (CCTA), na UFPB. De acordo com a coordenadora, existe uma sequência para "despertar" os bebês e os adultos para as atividades. A sequência se inicia com uma recepção dos participantes, feita com músicas compostas para o próprio projeto e adaptadas para o nome das crianças, seguida pelo desenvolvimento de um tema diferente em cada encontro. Para finalizar a atividade, o grupo faz uma ciranda.  

O material utilizado nas oficinas é elaborado pela equipe do projeto. "Nesse exemplo do tema do índio, fizemos a ponte com EVA (material emborrachado) e duas cordas, que eram manuseadas por voluntários. Fizemos travessias de barco, de pedras e desenvolvemos recursos para fazer com que o adulto brinque também", contou a coordenadora.

A equipe do Canguru, que é formada pela coordenadora e estudantes dos cursos de dança e teatro, tem encontros semanais. Nessas reuniões são feitos os ajustes finais e organização dos espaços das aulas. Após cada encontro é feita a divisão das atividades necessárias para a elaboração do encontro seguinte.

Encontros semanais do Projeto Canguru - Imagens cedidas pela equipe (2018) 

Laís Mayara faz parte da equipe como voluntária desde que ingressou na graduação de Dança – Licenciatura e tem levado os aprendizados para o seu trabalho. Ela contou que com a ação conseguiu melhorar as aulas que ministra como professora de jardim da infância. Para a monitora, o Canguru se tornou algo tão importante que virou o tema do seu trabalho de conclusão de curso, focando ao estudar a metodologia da dança para bebês como uma introdução no ambiente educacional de fato. “Meu primeiro estágio foi dentro de uma creche e aí transformamos objetos do cotidiano em outras coisas legais focadas na educação dentro da creche”, explicou Laís.

O Projeto Canguru, além de executar a ação dentro da Universidade, já conseguiu levar a oficina para outros locais, uma delas foi realizada num Centro de Referência em Educação Infantil (CREI), no bairro do Castelo Branco. O projeto também participa do Programa de Licenciatura (PROLICEN) e atua na escola de educação básica da Instituição, mas com uma proposta diferente, já que as crianças desse projeto possuem faixa etária de 2 e 3 anos, com um método mais independente para os pequenos.  

Para quem deseja participar das oficinas não é necessário ter vínculo com a UFPB. O projeto retoma as atividades no dia 4 de agosto e as inscrições podem ser feitas, de forma gratuita, após a primeira aula, que é aberta a todos e irá acontecer às 9h nas salas DAC 3 e DAC 9 - no prédio de artes cênicas, localizado no CCTA.

As ações do Canguru são postadas na página do projeto em uma rede social, onde também é possível tirar dúvidas e ter mais informações sobre os eventos da extensão e como adquirir as oficinas fornecidas pelo grupo.

 

*Reportagem de Larissa Maia - Bolsista da PRAC (2018)

 

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