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Ex-discente do Programa de Gestão Pública e Cooperação Internacional na Conferência da ONU em Viena.
publicado:
12/06/2024 08h56,
última modificação:
12/06/2024 08h56
O egresso do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Cooperação Internacional da Universidade Federal da Paraíba (PGPCI/UFPB),Louis Philippe Patrick de Jongh,aluno em 2019, atualmente em fase de doutoramento em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Brasília (CDS/UnB), participou de uma conferência realizada na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Viena, no dia 30 de abril de 2024. O evento, intitulado "O Caminho para a Descolonização: Consequências da Assimilação e suas Implicações para a Realização dos Direitos Humanos", foi organizado pelo Baku Initiative Group.
Durante sua apresentação na ONU, De Jongh Filho abordou os efeitos históricos e atuais da colonização na luta pela autonomia da Guiana Francesa, uma região localizada na América do Sul que permanece sob controle do governo francês, ao contrário de seus países vizinhos que conquistaram a independência nos séculos XIX e XX.
Em sua intervenção, ele analisou as políticas de assimilação implementadas pela França na Guiana, destacando as disparidades sociais e econômicas decorrentes, bem como a resistência do povo guianense frente a tais desafios. Seus pontos principais incluíram as diferentes abordagens e resultados da assimilação francesa, o impacto das políticas institucionais na manutenção do controle colonial e os obstáculos enfrentados na busca pela igualdade e autodeterminação.
Além disso, o doutorando ressaltou a complexa composição social da Guiana Francesa, moldada por sua diversidade populacional, e enfatizou a importância de reconhecer e preservar as culturas locais. Ele também discutiu os protestos recentes e o crescente ativismo na Guiana, destacando a demanda por tratamento justo e maior autonomia em relação à França.
No cerne de sua apresentação estava o esclarecimento dos caminhos para a descolonização e o estímulo a uma visão coletiva para um futuro mais justo e equitativo não apenas para a Guiana Francesa, mas também para outros territórios com experiências coloniais semelhantes.
A conferência reuniu diversos palestrantes, em sua maioria formada por pessoas oriundas de territórios submetidos ao neocolonialismo francês, como Nova Caledônia, Córsega, Polinésia Francesa, Martinica, Guadalupe e Guiana Francesa. Durante as falas discutiram-se os efeitos adversos das políticas coloniais de assimilação nas regiões. Os palestrantes destacaram a natureza racializada da assimilação, perpetuando a discriminação e violações dos direitos humanos.
A conferência enfatizou a necessidade de abordar a assimilação como uma questão de direitos humanos, recorrendo a instrumentos internacionais como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial e a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Além disso, os palestrantes ressaltaram a importância de esforços colaborativos para a descolonização, advogando por políticas que respeitem a diversidade cultural e promovam a igualdade. A conferência também abordou o complexo patrimônio cultural de Guadalupe e Martinica, onde as políticas de assimilação francesas têm erodido as culturas locais, levando a uma perda de identidade e autoestima entre os povos indígenas. O impacto duradouro da colonização francesa na Guiana Francesa foi destacado, condenando a assimilação como uma forma de genocídio cultural que prejudica o desenvolvimento e perpetua a inferioridade. No geral, a conferência clamou por uma vigilância contínua e ação política para proteger e promover o patrimônio cultural e identidades distintas dos povos colonizados.