Expansão do acesso à Educação Superior em um debate interseccional de gênero e classe
por NEPES
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última modificação
15/09/2022 14h08
Rayana Andrade de Carvalho; Edineide Jezine Mesquita Araújo
O artigo analisa o processo de diferenciação social no cenário da expansão do acesso à Educação Superior e suas interseções com as questões de classe e gênero, categorias determinantes na hierarquização e desigualdade social. Para tanto, objetiva-se compreender como as diferenciações de classe e gênero impactam o acesso às carreiras profissionais masculinizadas e feminizadas. Trata-se de pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação em Educação, nível Mestrado, na linha de pesquisa Educação Popular (PPGE/UFPB). Realizou-se o estudo de caso de quatro cursos da Universidade Federal da Paraíba - UFPB: Pedagogia, Enfermagem, Engenharia Civil e Engenharia de Produção, analisados com base nos dados de matrícula dos estudantes conforme indicadores de sexo, renda familiar e origem escolar, disponibilizados pelo Sistema de Tecnologia de Informação - STI/UFPB. O trabalho parte da hipótese de que as questões de gênero e classe são relacionais, sendo expressa, de forma interseccional no acesso às carreiras profissionais. Os dados comprovam que as áreas masculinizadas possuem maior prestígio social, consequentemente, são reduto de homens brancos de classe média, enquanto que as áreas feminizadas tendem ao menor prestígio social, sendo predominado por mulheres pobres. Conclui-se que há uma hierarquização no acesso, que, por sua vez, é relacional ao processo da estratificação social no âmbito das carreiras profissionais; precarização de algumas profissões e sua respectiva mão de obra, em detrimento de outras; posição de privilégio social do homem branco de classe dominante e a separação de cursos para ricos e pobres no âmbito da educação superior, mesmo após o processo de diversificação do sistema de educação superior.