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A RELAÇÃO CIDADE - CAMPO NO ROMANCE O MOLEQUE RICARDO DE JOSÉ LINS DO REGO

por Marcos Aurélio Fernandes última modificação 18/01/2017 13h16
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado) da Universidade Federal da Paraíba, para obtenção do título de Mestre em Geografia. Resumo: As narrativas romanescas incorporam-se como uma forma a mais de interpretação da realidade espacial. Geografia e literatura construíram laços de afinidades que nortearam o diálogo entre esses campos do saber. Assim, a literatura romanesca consiste como meio estimulante de análise e conhecimento geográfico, possibilitando compreender os aspectos materiais e imateriais inerentes ao espaço. Assim, escolhemos a narrativa romanesca de José Lins do Rego, “O moleque Ricardo”, como importante fonte de memória, documento e representação de determinada realidade. A trajetória do personagem principal, Ricardo, possibilita compreendermos as instâncias que fizeram o moleque da bagaceira migrar do engenho Santa Rosa em direção a cidade do Recife. A saga de Ricardo, criança negra trabalhando como semi-alugado do coronel José Paulino, nos instiga a interpretar e analisar o campo e a cidade. O contexto histórico vivido pelo o autor serve como pano de fundo para mostrar o cotidiano de uma sociedade recémliberta, vivendo em regime de semi-escravidão no engenho e posteriormente como operário no espaço urbano. As agruras vividas pelos negros, no campo ou na cidade, podem ser observadas no romance. José Lins do Rego, romancista do movimento regionalista de 1930 traduz o painel dos problemas sociais do Nordeste do Brasil, em especial a região da zona da mata paraibana e pernambucana.