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Crianças fazem terapia em Areia
publicado: 11/05/2018 18h27, última modificação: 05/09/2018 08h44

Crianças fazem terapia em Areia 

É importante que pessoas com algum tipo de necessidade especial tenham um acompanhamento com métodos educacionais ou terapêuticos para melhorar a qualidade de vida. Por esse motivo, um projeto de extensão, em Areia-PB, utiliza há três anos a Equoterapia como procedimento de inclusão social e auxílio do desenvolvimento físico, motor e psicológico dos praticantes.

O projeto Equoterapia: Uma ação interdisciplinar para o atendimento de pessoas com necessidades especiais, vinculado ao Centro de Ciências Agrárias (CCA), realiza atividades junto com a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE), do município. A ação de extensão é coordenada por Ana Cristina Danxeberguer, docente do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais, e Lara Toledo, zootecnista. Profissionais de fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, bolsistas e voluntários dos cursos de Zootecnia e Medicina Veterinária fazem parte da equipe.

A equoterapia é realizada em etapas, que são a hipoterapia, reeducação, pré-esportiva e esportiva. A ação em Areia-PB está desenvolvendo atividades na primeira etapa, a hipoterapia, em que utiliza-se o cavalo como estímulo físico, comportamental, educacional e social. Seguindo esses princípios, a extensão oferece aos praticantes,  uma vez por semana, uma sessão de 30 minutos. A fisioterapeuta Élida Rachel, explicou que são muito estímulos acontecendo no corpo do praticante e, por isso, a sessão só deve durar esse tempo.

Os atendidos são pessoas com alguma necessidade especial como síndrome de Down, deficiência intelectual, autismo, transtorno de conduta e hiperatividade, deficiência auditiva, paralisia cerebral e síndrome de Rubstein. Para participar do projeto é preciso ter sido encaminhado por um neurologista ou ortopedista. Mesmo com a indicação do profissional, a equipe do projeto Equoterapia realiza um acompanhamento com pacientes, essa avaliação é necessária para analisar a evolução deles.

Atualmente, os praticantes são das cidades Areia, Remígio, Pilões e Esperança, mas existem participantes de outros municípios que estão na lista de espera. Por questões estruturais, como manutenção de equipamentos, prédio e cuidados com os animais, o projeto não tem condições de atender todos os interessados que desejam participar da extensão.

Mesmo enfrentando dificuldades, a coordenadora Ana Cristina afirmou que o projeto é relevante por ser uma forma da Universidade contribuir com a inclusão social. “A equoterapia traz um ponto significativo não só para as pessoas que estão sendo atendidas, mas como uma questão pessoal minha, que é materializar aquilo que acredito, no caso atender pessoas com deficiência” falou Ana Cristina.

Para Josilene Castro, uma das instrutoras, o projeto é importante no crescimento pessoal, ela acompanha de perto a evolução de crianças e adultos que aparentavam ter grandes limitações. Lara Toledo, coordenadora adjunta, disse que o projeto de Equoterapia oportuniza uma experiência diferente em relação aos animais: “Na Zootecnia e na Veterinária a gente olha muito para o lado do animal, o que podemos proporcionar para ele, como a saúde, por exemplo. No entanto, essa ação aqui é o inverso porque a gente traz a saúde do animal para ele auxiliar a saúde do ser humano”.

Crianças e adultos participam do projeto, algumas mães dos beneficiados relataram as experiências que os filhos vivenciaram na extensão. Natália é mãe de Nicole Maria, diagnostica como autista, ela falou um pouco sobre a história da filha no projeto: “Com dois anos Nicole ainda não andava e foi nessa idade que a gente começou o tratamento. Dentro de mais ou menos três meses Nicole já estava conseguindo andar, dando passos firmes. E além de ajudar ela no desenvolvimento físico, a equoterapia vem auxiliando nas questões sociais dela”.

Shirley, mãe de Nicole Sales que tem a Síndrome de Rubinstein, disse que a filha frequenta a Equoterapia há dois anos e que notou um desenvolvimento considerável nela, e quando a criança passa um período sem frequentar o projeto se nota uma regressão no desenvolvimento dela. 

Daniele é mãe de Riquelme, que também é autista, observou no filho uma melhora na coordenação motora, equilíbrio e comunicação. 

Já o bolsista João Marcelo, do curso de Medicina Veterinária, contou que iniciou na extensão como voluntário, nesse período ele notou que o comprometimento e a dedicação resultaram na evolução dos praticantes.

O projeto de equoterapia mostra ser uma das possibilidades para a Universidade contribuir com a inclusão social, além de proporcionar um método terapêutico alternativo para pessoas com necessidades especiais.

 

Página do Facebook na APAE

 

* Reportagem de Maria Clara Lima - Bolsista PRAC (2018)

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