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Jornalista do CTDR concorre a prêmio de antropologia visual da Unicamp

Ensaios vencedores comporão número de revista de antropologia e arte da universidade
publicado: 30/10/2023 16h41, última modificação: 30/10/2023 17h08
Pedro Paz é doutorando no Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGA) da UFPB. Crédito: Arquivo pessoal

Pedro Paz é doutorando no Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGA) da UFPB. Crédito: Arquivo pessoal

O jornalista do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Pedro Paz está concorrendo ao Prêmio Mariza Corrêa de Antropologia Visual, uma parceria entre as Jornadas de Antropologia John Monteiro e a PROA - Revista de Antropologia e Arte, do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os ensaios vencedores comporão número da PROA - Revista de Antropologia e Arte. Nesta terça-feira (31), Pedro Paz apresentará e debaterá “Os Taipa Nova Vidaem sessão transmitida pelo canal das Jornadas de Antropologia John Monteiro no Youtube, das 14 às 17h. Na quarta (1º), das 9 às 13h, ministrará a oficina de divulgação científica “Como divulgar minha pesquisa antropológica?”.

Inspirado nas fotografias de Argonautas do Pacífico Ocidental (1922) e de Os Nuer (1940), clássicos estudos etnográficos, respectivamente, dos antropólogos Bronisław Malinowski e E. E. Evans-Pritchard, o ensaio “Os Taipa Nova Vida” retrata moradores de habitação social homônima localizada em João Pessoa, na qual o calor, resultado das mudanças climáticas na contemporaneidade, tem comprometido o conforto térmico, a saúde e a renda desse grupo social. Além disso, apresenta sem-tetos que viviam em ocupação insalubre na mesma localidade e que esperavam por moradia prometida pelo poder público municipal.

“Há seis anos, sou jornalista da UFPB. Sempre me incomodou pesquisas muito importantes não terem a divulgação que merecem. E isso se dá no país inteiro, por vários motivos. Tento contribuir para a popularização da ciência no Brasil. Recentemente, uma das minhas interlocutoras, a Irenalda, que foi imprescindível na realização deste trabalho, me enviou áudio, no WhatsApp, para avisar que finalmente conseguiram suas moradias. Não sei em que medida meu trabalho acelerou o processo, mas fiquei bastante feliz com a notícia”, diz o jornalista.

O conjunto de imagens, publicado por meio da reportagem “Calor em habitações sociais compromete conforto, saúde e renda de moradores”, pela mídia independente Marco Zero Conteúdo, em 5 de julho do ano passado, tem o intuito de dar visibilidade a cidadãos beneficiários de políticas públicas ineficazes e ineficientes e de pessoas em situação de vulnerabilidade social e de abandono pelo Estado brasileiro.

Em agosto, o produto jornalístico venceu, na categoria “Texto”, o 27º Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, organizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

A reportagem também ficou recentemente em 3º lugar, no 1º Ekopolis – Prêmio Tilden Santiago de Ecologia e Política; e o ensaio etnofotográfico produzido para ilustrá-la em 2º lugar no VI Prêmio Ensaio Fotográfico SAPPGAS, no XI Seminário des Alunes PPGAS/Museu Nacional.

As fotografias também foram selecionadas para a Mostra de Visualidades Etnográficas da IV Mostra Arandu de Filmes Etnográficos do PPGA/UFPB e a III Mostra Digital de Ensaios Visuais, organizada pelo Navis/UFRN, ambas em 2022.

O trabalho foi fundamentado em duas pesquisas da UFPB: uma do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, que aponta que remodelações e adaptações em habitações sociais, em João Pessoa, comprometem o conforto térmico e a saúde dos moradores; e outra do Programa de Pós-graduação em Energias Renováveis, que constatou que o aumento da temperatura média do ar na Paraíba foi de 1ºC nos últimos 30 anos; hoje, é de 25,3 °C e o crescimento foi observado nas quatro Regiões geográficas intermediárias do Estado (João Pessoa, Campina Grande, Patos e Sousa-Cajazeiras).

A reportagem e série etnofotográfica foram desenvolvidas por meio de formação e bolsa de jornalismo no âmbito do edital “Jornalismo em Mudanças Climáticas – Edição Nordeste”, iniciativa do Instituto ClimaInfo em 2022, com apoio do Programa SPIPA, através de Instrumento de Parceria da União Europeia e do Ministério Federal Alemão para o Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU), no contexto da Iniciativa Climática Internacional (IKI).


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Texto: Pedro Paz
Edição: Pedro Paz