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Projeto promove capacitação de empreendedoras do município de Lucena

publicado: 03/11/2020 14h01, última modificação: 03/11/2020 14h01

As mulheres lucenenses viram na farta produção de coco do município, a oportunidade de transformar o produto em artesanato e doces. As técnicas utilizadas são aprendidas através dos familiares ou apenas pela observação da produção de outras mulheres. Desde 2003, as empreendedoras deste grupo formam a Associação Mãos que se Ajudam.

Apesar da boa iniciativa, esse grupo de mulheres precisava melhorar vários aspectos da produção para ter êxito na venda dos produtos, como a dificuldade na comunicação e a falta de sustentabilidade na condução do negócio. Essas falhas foram apontadas pela pesquisa do doutorado da professora Patrícia Morais, que coordena desde 2919, um projeto de extensão da UFPB com o mesmo nome da associação, voltado para capacitar essas mulheres.

A ação tem como objetivo principal ofertar formações para que as artesãs possam conduzir o próprio negócio; isso através de conteúdos sobre administração, finanças e comunicação. Durante esse período, o projeto também trabalhou com o fortalecimento das redes sociais e da identidade visual da Associação Mãos que se Ajudam. As mudanças foram realizadas junto a todas as associadas para que as decisões sejam tomadas de forma coletiva.

“A estratégia de ensino que eu uso com elas é o “saber fazer”. Eu procuro adaptar a linguagem, mostrar ponto por ponto, o que elas ganham e o que elas perdem, e ouvi-las, qual é o entendimento delas sobre aquilo e o que elas querem”, explica a coordenadora Patrícia Morais.

A professora explica que as próprias associadas sentiam a necessidade e queriam ter um incentivo ao empreendedorismo, pois havia a vontade de ter uma fonte de renda, uma ocupação e de usar suas habilidades culinárias e artesanais. “Quanto mais a gente puder capacitá-las para desenvolver o saber que elas já possuem e profissionalizar isso para que possam manter a geração de renda, é algo muito bom. Assim, elas se sentem fortalecidas, acreditam no potencial e melhoram a autoestima”, argumenta a docente.

As capacitações presenciais foram interrompidas durante a pandemia, mas foram adaptadas para o online e o conteúdo será transformado em e-book. O projeto também possui parceria com professores e alunos do curso de Engenharia de Alimentos, que trabalham juntos no desenvolvimentos de boas práticas, além de pesquisas voltadas para aumentar o prazo de validade da cocada.

Os resultados trazidos para a comunidade

A partir da extensão universitária, todo conhecimento produzido dentro da universidade tem a oportunidade de promover o desenvolvimento de uma comunidade. Um bom exemplo, é o da extensionista e estudante de Engenharia de Alimentos, Stephanny Franco, que cresceu observando as mulheres empreendedoras da Associação Mãos que se Ajudam. Sua mãe, Joevânia Franco, é a vice-presidenta da associação.

Ser extensionista possibilitou que Stephanny pudesse atuar de maneira direta no local onde nasceu, participando de uma transformação na Associação Mãos que se Ajudam. “Sempre acreditei muito no potencial delas. Quando conheci o projeto, vi uma oportunidade de contribuir e gerar um retorno de conhecimentos para o desenvolvimento da associação”, relembra a estudante.

Stephanny observa que a história dessas mulheres e da associação, após o contato com o projeto, possui um antes e depois. Ela acredita que as associadas estão mais confiantes e motivadas e buscam assumir novos riscos e desafios. Como um dos momentos especiais atuando no projeto, a estudante aponta a publicação da história de cada associada nas redes sociais do projeto.

Joevânia relata que após o trabalho com o projeto de extensão, o acesso a várias áreas do conhecimento, a associação mudou. A vice-presidenta observa uma maior organização e sente que as associadas estão mais fortes para enfrentar as dificuldades, como as incertezas trazidas pela pandemia. “Fomos incentivadas nos momentos mais difíceis, principalmente, agora na pandemia que a gente parou e pensou não fosse conseguir. Foi através do projeto que recebemos ajuda para colocar novamente nossos produtos no mercado”, explica.

 Os produtos  das artesãs podem ser comprados no endereço físico da associação em Lucena ou a partir das redes sociais. Elas também possuem revendedoras que fazem entregas semanalmente em João Pessoa.

Grace Vasconcelos | Edição: Lis Lemos