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Plataformas online são aliadas no enfrentamento à violência doméstica

publicado: 21/07/2020 15h03, última modificação: 21/07/2020 15h03

Desde o início do isolamento social, proposto por conta da pandemia da Covid-19, surgiram inúmeros casos de violência doméstica e a incidência dessas denúncias tem se tornado cada vez mais alarmantes. Um dos fatores que explica a aumento desse problema é a intensificação da convivência entre a vítima e o seu agressor, a dificuldade de acessar o espaço público e o perigo de realizar uma denuncia dentro de casa.

Segundo o relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o aumento dos casos de feminicídios registrados nos 12 estados analisados foi de 22,2%, saltando de 117 vítimas em março/abril de 2019 para 143 vítimas em março/abril de 2020. Isso demonstra a importância de que as mulheres acessem diversos mecanismos de dentro de suas casas.

Num contexto regional, desde o início da pandemia, a Polícia Civil da Paraíba lançou o Boletim Online , que permite que mulheres em situação de violência doméstica e familiar, sem agressões físicas e/ou sexuais possam fazer sua denúncia sem se deslocar até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Nacionalmente, plataformas de apoio a mulheres em situação de violência passaram também a atender as mulheres nesse momento de distanciamento social.

O Mapa do Acolhimento busca conectar mulheres que sofrem ou sofreram algum tipo de violência a uma rede de psicólogas e advogadas dispostas a ajudá-las gratuitamente.  A plataforma proporciona atendimento a mulheres cis e trans e homens trans que moram no Brasil, maiores de 18 anos e que não possuam recursos financeiros para arcar com ajuda psicológica e jurídica.

A iniciativa surgiu em 2016 por após o caso de um estupro coletivo que aconteceu no Rio de Janeiro.  A equipe do Mapa do Acolhimento atua em todos os estados do país, através dos dados e localização registradas na plataforma ela encaminha a pessoa cadastrada para a voluntária mais próxima. 

Já o aplicativo PenhaS foi criado pela revista eletrônica AzMina em 2019 e possui versões tanto para Android quanto para Iphones.  A plataforma é dividida em três segmentos que dispõem de diferentes funcionalidades. O GritaPenha é voltado a pedidos de ajuda urgentes e para a produção de provas, evitando o descrédito da vítima.

O DefendePenha é um chat que permite que as mulheres dialoguem de forma anônima com outras usuárias do aplicativo, utilizando a comunicação como uma ferramenta para a superação dos traumas causados por esses relacionamentos. E o EmpoderaPenha apresenta um apanhado de informações sobre a violência contra a mulher com a colaboração de agências de comunicação como o Huffpost, Jota e Agência Patrícia Galvão.

Programada para ajudar as mulheres com orientações e informações sobre o que fazer em casos de violência doméstica ou online, a ISA.bot  é uma ferramenta que pode ser acessada através do Google Assistente ou no chat do Facebook. A plataforma também possui uma seção chamada Modo Ativista para pessoas que sofrem ataques virtuais, como ativistas, jornalistas e militantes, oferecendo um espaço seguro para  lidar com esses casos. A ISA.bot foi desenvolvida da ONG Think Olga, e pelo Mapa do Acolhimento com o apoio do Facebook, Google e ONU Mulheres,  e demais projetos que lutam contra a violência de gênero dentro e fora da internet.

 

Heloísa Holanda | Edição: Lis Lemos