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Informação é aliada das mulheres durante aleitamento materno

publicado: 19/08/2020 14h26, última modificação: 19/08/2020 14h26

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado este ano, a mortalidade infantil de crianças abaixo de cinco anos de idade caiu pela metade mundialmente entre 2000 e 2018. O número significa uma redução de 76 para 39 mortes a cada mil nascidos vivos; já entre os recém-nascidos o número foi de 31 para 18 o número de mortes a cada mil nascimentos. Parte desse número positivo é graças ao aleitamento materno. 

"O leite materno consegue prevenir futuras doenças porque através dele são transmitidas bactérias boas que ajudam no desenvolvimento do intestino saudável e tem papel fundamental na defesa do organismo aumentando a imunidade”, explica a pediatra Patricia Guimarães. Para a médica, é essencial que nos primeiros seis meses de vida do bebê a alimentação seja feita exclusivamente através do leite materno e considera as campanhas em prol da saúde materna um avanço para a redução da mortalidade infantil. “O Agosto Dourado é uma campanha de promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno", afirma referindo-se a campanha  

Yasmin Santos é mãe de dois filhos, o recém-nascido Johan e Yuri de 9 anos. Ela explica que a experiência de amamentar o filho mais novo está sendo muito diferente por ter mais acesso a informação agora. “Com meu primeiro filho, eu não entendia nada sobre amamentação, como meu bebê era muito grande e eu pequena diziam que meu leite não iria satisfazer a fome dele, então amamentei até três meses e mudei para leite em pó. Na minha segunda gestação, nove anos depois, meu campo de informação é bem maior, como aluna da área de saúde aprendi o quão importante é o aleitamento materno, o mito do leite fraco e o quanto seria prejudicial tirar o bebê da amamentação para o leite em pó. Só pretendo parar de amamentá-lo quando ele estiver pronto, e que seja no tempo dele”, avalia.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam a amamentação tem que ser boa e valiosa tanto para mãe quanto para o filho. “A amamentação tem de ser boa para a dupla, não adianta a mulher fazer sacrifício. Às vezes ela está em um momento que não deseja mais amamentar, pode ser que seja a hora do desmame”, defende a pediatra e neonatologista Patrícia Guimarães.

Os benefícios também se estendem para as mães. “As mulheres que amamentam têm uma proteção contra o câncer de mama e de ovário. Já no pós-parto a amamentação ajuda a reduzir o sangramento e ajuda a contrair o útero de volta para o lugar mais rápido. Além disso, ainda ajuda na perda de peso materna”, detalha a médica.  O meio ambiente também recebe um saldo positivo da amamentação, pois o leite materno não é processado industrialmente, não requer embalagem e não gera lixo.

Doação de leite materno

Em algumas situações em que a mãe não pode amamentar e a criança necessita do leite materno por condição de saúde, a opção recorrente é o banco de leite, que recebe doações de outras mulheres para ajudar nesses casos. “Esse leite que é coletado passa pelo processo de pasteurização,  fica numa quarentena e são feitos testes microbiológicos para saber se ele está ajustado e próprio para o consumo. Por isso, é importante que não aconteça a amamentação cruzada, que é a criança mamar numa outra mulher que não seja a mãe”, explica a médica Patrícia Guimarães.

O Banco de Leite Zilda Arns, de João Pessoa passou por uma baixa no primeiro trimestre do ano, por causa da pandemia da Covid-19, mas em maio com uma campanha de doação de leite materno teve um aumento considerável. “Quem recebe as doação são os bebês internados na Maternidade Cândida Vargas, bebês em cuidados intensivos e intermediários que estão impossibilitados de sugar em sua mães. As doações podem ser feitas da maternidade e em domicílio, estamos tomando todos os cuidados indicados pela OMS para evitar o contágio da Covid-19,” explica a coordenadora do serviço, Daniele Maciel.

Amamentação e Covid-19

Nesse período de pandemia causada pela Covid-19, uma dúvida tem sido levantada: mães com covid-19 podem amamentar? A resposta é sim. De acordo com Daniele alguns cuidados precisam ser tomados para que a criança não contraia o vírus. É importante que as mães, caso estejam com qualquer sintoma gripal, tomem todos os cuidados de biossegurança como o uso de máscara, lavagem das mãos com água e sabão durante a amamentação. Caso a mãe não deseje ou não possa amamentar diretamente ao seio, também pode fazer ordenha e solicitar que outra pessoa da família ou cuidador administre este leite para o bebê por copinho ou colher, sempre com as mãos devidamente higienizadas.

Já para doar, a mulher precisa estar saudável, sem sintomas gripais. As interessadas podem ligar para o telefone 3214-1390 ou contato via WhatsApp 98795-8192 e fazer o cadastro e agendamento. Serão disponibilizadas informações sobre os procedimentos de doação. A doadora receberá em casa um kit com os recipientes de vidro e tampa de plástico esterilizados, máscara e gorro, para coletar o leite.

 

Gleyce Marques | Edição: Lis Lemos