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Fórum de Artistas Pretos e Pretas na Paraíba reivindica cotas raciais na Lei Aldir Blanc
“Há uma necessidade de superarmos, inclusive no campo das artes, o racismo estrutural e institucional”. Essa é a premissa a partir da qual a atriz e professora Fernanda Ferreira defende a criação de cotas raciais na Lei Aldir Blanc, que prevê ações emergenciais para o setor cultural devido à pandemia do novo coronavírus.
Fernanda integra o Fórum de Artistas Pretas e Pretos na Paraíba, criado em 2 de setembro, e que tem como objetivo garantir que os recursos da Lei cheguem de fato para artistas e trabalhadores da cultura pretas e pretos da Paraíba. Para isso, o grupo criou uma proposta que prevê a destinação de 1 milhão de reais para aristas e trabalhadores da cultura pretos na Paraíba. Para Fernanda, o edital João Balula, representa uma “possibilidade de oportunidade, acessibilidade, reconhecimento e reparação, por direitos e melhores condições de vida”, defende.
Jinarla Pereira é percussionista do coletivo Maracastelo e do coco de roda Parahyba Rio Mulher. Ela também desenvolve atividades como atriz, musicista, compositora e se arrisca também na escrita. Para a multiartista, o Fórum foi uma oportunidade de estar em comunicação com vários segmentos e linguagens, além de mostrar uma unificação do movimento cultural em João Pessoa.
Além disso, ela acredita que o Fórum se tornou um movimento importante para pressionar o poder público, mostrando que há organizações da sociedade civil que conhecem e cobram seus direitos, reivindicando investimentos e melhorias para o setor da cultura. “Do pouco tempo que estou presente no Fórum, consigo ver vários avanços no sentido coletivo da cultura paraibana, da cultura pessoense, porque eu acredito que a gente se unindo, a gente consegue se entender melhor e galgar mais objetivos”, relata Jinarla.
Lei Aldir Blanc
Aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo atual presidente, a Lei destina 3 milhões de reais para a realização de ações emergenciais no setor da cultura. o valor foi dividido entre estados e municípios. Na Paraíba, os investimentos somados são de 69 milhões, sendo 37 milhões destinados ao estado e 32 milhões aos municípios.
A iniciativa busca apoiar os profissionais da área que sofreram com as medidas de isolamento social durante a pandemia. Esse valor pode ser destinado para manutenção de espaços culturais, pagamento de três parcelas de uma renda emergencial a trabalhadores do setor e a criação de instrumentos, como editais e chamadas públicas.
Grace Vasconcelos | Edição: Lis Lemos