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Águas Contaminadas por Agrotóxicos na Paraíba serão Analisadas pelo Departamento de Biologia Molecular (DBM) do CCEN | UFPB

por Ana Magyar publicado: 30/12/2021 10h50, última modificação: 30/12/2021 11h33

O Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio do Departamento de Biologia Molecular (DBM), divulga dados do Ministério da Saúde que, nos anos de 2014 a 2017, foram encontrados 12 agrotóxicos, entre herbicidas ácido 2,4 diclorofenoxiacético, atrazina, inseticida clorpirifós, detectados em amostras de água potável dos municípios paraibanos do Conde, Santa Rita, Itapororoca, Sapé e Sertãozinho; na região geográfica intermediária de João Pessoa em Areia e Boqueirão; na região geográfica intermediária de Campina Grande em Coremas, Juru e Sertãozinho e na região geográfica intermediária de Patos.

Os estudos realizados pelo Departamento de Biologia Molecular (DBM), coordenado pelo Professor Davi Felipe Farias, identificaram que os três agrotóxicos acima, em ambientes aquáticos, foram encontrados acima dos valores permitidos e podem provocar consequências adversas agudas e crônicas à saúde humana e em animais vertebrados diferentes efeitos tóxicos. O problema dos agrotóxicos em água potável é mundial e diversos países têm se mobilizado para amenizar essa situação com aplicação de uma legislação mais rígida aos níveis máximos permitidos na água no que diz respeito a sua comercialização e faz-se urgente o conhecimento sobre o aumento dos níveis e os efeitos a longo prazo da ingestão desses químicos para população.

A atrazina, banida em vários países, têm mostrado que em baixas concentrações ocasiona implicações nocivas como disfunção endócrina, redução da capacidade reprodutiva e infertilidade e sequelas de pais para filhos. Quanto ao ácido 2,4 diclorofenoxiacético já tem estudos dos seus efeitos agudos de mortalidade, malformações, danos ao DNA e especialmente hepáticos. E tão danoso quanto é o clorpirifós ao sistema nervoso durante o desenvolvimento humano e está relacionado aos casos de transtorno do espectro do autista (TEA), diminuição do Quociente de Inteligência (QI) e da compreensão verbal e, em adultos, os casos de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.

Os agrotóxicos detectados, na maioria, não são superiores ao Valor Máximo Permitido (VMP) pela legislação brasileira mas o fato da toxicidade aguda cria uma lacuna no conhecimento dos efeitos crônicos a exposição dessas substâncias a longo prazo, gerando  dúvida acerca da segurança dos VMPs estabelecidos.

O experimento será realizado na Unidade de Produção de Organismos Modelo Não Convencionais (UniPOM) e no Laboratório de Avaliação de Risco de Novas Tecnologias (LabRisco), ambos localizados no DBM do CCEN. Outra parte dos testes serão no Laboratório de Biologia do Desenvolvimento (Labid) e no Laboratório de Biomoléculas de Organismos Aquáticos (Bioaqua) da UFPB. Também serão usados a infraestrutura do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular e alguns equipamentos de outros laboratórios do DBM. Os testes serão em animal de laboratório peixe-zebra (Danio rerio) a fim de verificar os efeitos tóxicos da exposição aos agrotóxicos, por meio de ensaios em diferentes estágios da vida do animal aquático: embrião, larva e adultos.

O projeto de pesquisa será financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), na ordem de R$ 64 mil, com recurso para ser utilizado na aquisição de materiais e equipamentos necessários para a realização dos experimentos. A execução do projeto terá a participação dos professores Luis Fernando dos Santos, Augusto de Freitas Júnior e Helane da Costa, a técnica de laboratório Juliana Souza, os mestrandos Thalia Andrade Silva, Jucelinelcia Sebastião e Leanderson da Silva Silvestre e outros estudantes de pós-graduação e de iniciação científica, além de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFCE) e da Universidade Federal de Jataí (UFJ).

Fonte: Portal da UFPB

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