por Edson Luiz Folador
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publicado
11/10/2021
De acordo com a Resolução CCBiotec N° 01/2013, que regulamenta o estágio curricular supervisionado obrigatório do Curso de Bacharelado em Biotecnologia da UFPB, em seu Art. 13, §4º, as atividades de extensão e de iniciação científica, na educação superior, se equiparam ao estágio supervisionado obrigatório. Entretanto, para que haja essa equiparação, se faz necessário que ocorra a concordância, por escrito, do coordenador do estágio e através de solicitação do professor-orientador, que esteja em conformidade com a carga horária prevista no Plano Pedagógico do Curso e o conteúdo exigido por esta Resolução.
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por Edson Luiz Folador
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última modificação
25/02/2021 16h40
Os biossurfactantes são moléculas anfipáticas de origem microbiana que agem em interfaces
água/óleo ou óleo/água reduzindo as tensões superficiais e interfaciais entre elas e assim
tornando alguns compostos mais miscíveis. Em comparação aos surfactantes sintéticos,
apresentam diversas vantagens, como a biodegradabilidade e baixa toxicidade conferindo-lhes
relevada importância. Entretanto, apesar dos benefícios, o processo de produção de
biossurfactantes necessita ser barateado de modo a substituir os surfactantes sintéticos
existentes no mercado. A utilização de substrato de menor custo é uma estratégia de tornar o
processo mais competitivo em escala industrial. Resíduos agroindustriais, por serem compostos
altamente nutritivos para o desenvolvimento microbiano, são exemplos de meios de cultivo de
baixo custo para produção de biossurfactantes. Assim, o objetivo desse estudo foi a produção
de biossurfactante utilizando meio contendo extrato aquoso da algaroba e a água do
processamento úmido do milho e, ainda, analisar a toxicidade do biossurfactante produzido em
peixe-zebra (Danio rerio). Os experimentos foram conduzidos em incubadora shaker (200 rpm
a 37 ºC, 96 horas), utilizando a linhagem de Bacillus subtilis UFPEDA 16 em meio constituído
por 10 % (v/v) do extrato aquoso do macerado de milho e 20 % (v/v) de extrato aquoso da
algaroba. O crescimento microbiano foi acompanhado utilizando espectrofotometria (600 nm)
e peso seco, o consumo de substrato foi determinado por quantificação de açúcares redutores,
utilizando método DNS e a produção de biossurfactante foi determinada por índice de
emulsificação e precipitação ácida do meio cultivado. A fase exponencial observada durante o
processo foi de 0 a 48 horas, chegando à concentração máxima de biomassa de 4,64 g/L, do
qual foi possível registrar 6,2 g/L de consumo de açúcares redutores. O alto índice de
emulsificação foi constatado para óleo de motor (82 %) e óleo vegetal (64 %). Ao final do
processo, a concentração de biossurfactantes foi de 30 mg/L. Os parâmetros cinéticos que
foram avaliados, em relação à velocidade específica de crescimento (µxmax = 0,0170 h-1) e fator
de conversão de substrato em células (YX/S = 0,0517 gx/gs), foram satisfatórios quando
considera-se que o meio utilizado foi composto por resíduos agroindustriais, sem a utilização
suplementação nutricional. Foi observado baixa toxicidade do biossurfactante no organismo
modelo, obtendo um CL50 > 100 mg/L, divergindo dos surfactantes sintéticos, demonstrando
que o biossurfactante produzido não oferece risco ao ambiente. O meio utilizado, nas condições
analisadas, mostrou-se favorável ao crescimento da linhagem B. subtilis UFPEDA 16 e
produção de biossurfactantes de baixa toxicidade e de alta atividade emulsificante.
Palavras chave: Bacillus subtilis, extrato de algaroba, macerado de milho
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2020.1